5G - Uma mudança de paradigma nas comunicações - Parte 3

 

Quando escrevi sobre a tecnologia 5G, nos artigos anteriores parte 1 e 2, busquei escrever sem entrar em questões técnicas, meu objetivo era esclarecer de forma simples as grandes vantagens desta tecnologia e como ela vai revolucionar a vida humana nas relações de comunicação, com dispositivos pessoais, domésticos e corporativos.

Neste artigo, entro um pouco na área técnica e busco dar pequenas indicações de como os dois mundos, o fixo e o móvel, que a 30 anos convivem em ambientes diversos, irão muito em breve se fundir num único ambiente que se completa numa arquitetura única de ponta a ponta. 

Os dois mundos já estão colidindo em vários países e no próximo ano no Brasil, são os mundos do transporte móvel e o do transporte fixo. Será inevitável esta iminente colisão, uma vez que a nova tecnologia do 5G possui a capacidade de transporte de informação muito próxima das redes opticas fixas.

A evolução das redes 4G, 4,5G e 5G introduzirão novas demandas nas redes de transporte. O setor de telecomunicações concorda que as futuras evoluções moveis dependem cada vez mais da disponibilidade de soluções de backhaul (redes de acesso) econômicas e geograficamente localizadas.

As redes opticas passivas para FTTH (fiber to the home), isto é fibra até a casa do assinante, se tornarão uma tecnologia muito popular para fronthaul (área de conexão com o assinante, também conhecida por “última milha”) e de backhaul de ethernet, graças a relação custo-benefício do compartilhamento da base instalada de infraestrutura de fibr.

 A próxima geração de PON (Passive Optical Network) com configuração 10 Gbits/s ou mesmo 40 Gbits/s e baixa latência será vital para suportar os níveis necessários de cobertura, capacidade e latência exigidos pelo 5G.

As redes fixas fornecem a melhor qualidade de experiencia do usuário, consistente com as metas de negócios do provedor de serviços, e podem fornecer o menor custo total de propriedade para serviços de backhaul móvel.

Com um potencial de investimentos superior para PON de banda larga de próxima geração de baixa latência o portifólio de equipamentos disponíveis, não irão atender apenas as necessidades atuais de backhaul móvel, mas também os futuros requisitos de RAN (Radio Access Network) na nuvem.

As redes estão no limiar de uma transformação operacional, impulsionada pelas demandas de 5G , estas demandas incluem melhorias significativas relacionada a cobertura, conectividade, disponibilidade velocidade e latência.

Para as operadoras de telefonia móvel, a mudança para o 5G oferecerá oportunidade para aumentar as receitas dos mercados tradicionais, enquanto desenvolve novos serviços e aplicativos revolucionários, também permitirá que continuem a apoiar os serviços existentes de uma forma mais simples.

O 5G exigira novas arquiteturas de RAN na nuvem, que permitam novos níveis de escala, eficiência e flexibilidade. Estas arquiteturas mostram como as redes opticas estão evoluindo para atender desafios e oportunidades apresentadas pelo 5G, e como as arquiteturas de transporte móvel aproveitarão as soluções de multiplexação por divisão de comprimento de onda (WDM) e de pacote optico para atender aos requisitos da capacidade, latência, sincronização, QoS e resiliência de aplicativos existentes e futuros.

O backhaul móvel está evoluindo de uma conexão linear estática, para uma malha programável, interconectando dinamicamente todos os elementos moveis e de nuvem, ele deve evoluir porque os elementos de acesso de rádio e de núcleo de pacote interconectados também estão mudando para oferecer suporte e novos serviços e verticais do setor, no decorrer dessa evolução as distinções tradicionais entre fronthaul, backhaul e backbone estão se fundindo em uma nova arquitetura de ponta a ponta, (Anyhaul), (fusão de todas as redes).

Há certamente alguma urgência, pois os recursos de transporte devem ser implantados antes que as inovações da camada móvel possam ocorrer. Com a aceleração do 5G e muitas das suas capacidades sendo já avançadas na tecnologia 4,5G ocorridas em 2019 e 2020, certamente as operadoras já mobilizam seus recursos de planejamento orientando a planificação de suas redes neste sentido.

Os benefícios do 5G serão oferecidos a sociedade, na medida que as redes estejam preparadas e aptas a transportar todas as funcionalidades que permitam que novos serviços sejam implementados, com a rentabilidade para a operadora e que a satisfação do cliente seja atendida no tempo e custo plausível.

Obrigado por ler meu artigo até aqui. Fique à vontade de interagir comigo contribuindo com suas ideias e críticas. Vou continuar estudando e trazendo novidades sobre este tema tão importante.

Rio de Janeiro, 2 de agosto de 2024.