Energia Elétrica, a energia da vida

 

O recente apagão em São Paulo, que deixou mais de 2 milhões de pessoas sem energia elétrica numa extensa área, e por mais de 96 horas em algumas localidades, me inspirou a escrever o artigo "Energia Elétrica, a energia da vida".

Desde a antiguidade, alguns seres humanos observavam fenômenos estranhos, na época incompreensíveis, de determinados materiais que apresentavam propriedades de atrair pequenos e leves objetos. Thales de Mileto fez estas observações 600 anos antes de Cristo.

A eletricidade permaneceria por milênios uma curiosidade intelectual, pelo menos até 1700, quando Benjamin Franklin realiza uma ampla pesquisa sobre eletricidade e é atribuído a ele a pipa que captura um raio, demonstrando que o raio, teria uma natureza elétrica.

Em 1800, surge a pilha voltaica de Alessandro Volta, que cria a primeira bateria de eletricidade continua. Thomas Edison inventa a lâmpada elétrica em 1879, entre outros importantes cientistas, como Nikola Tesla que viveram e colaboraram com seus inventos nesta época.

Embora o progresso científico remonte a séculos anteriores, foi no século 19 e nas décadas vindouras, que houve o maior progresso da engenharia elétrica. Através dos estudos de Nikola Tesla, Thomas Edison, George Westinghouse, entre outros, a eletricidade transformou-se de uma curiosidade cientifica a uma ferramenta essencial a vida moderna, e se tornou a força motriz da segunda revolução industrial.

Depois de séculos na escuridão, a humanidade experimentava uma nova tecnologia de iluminação e aposentava os lampiões a óleo e nem poderia sonhar com as maravilhas que a eletricidade iria proporcionar um futuro tão próximo.

A lâmpada elétrica incandescente, o telegrafo, o telefone, o fonografo, o cinetoscópio a primeira câmera cinematográfica bem-sucedida, os motores elétricos que permitiram os elevadores verticais, a válvula eletrônica que pode viabilizar o rádio e a televisão, o transistor, os circuitos integrados, os computadores, os satélites, o raio laser, a fibra óptica, a internet, a robótica, a inteligência artificial.

Agora imagine um apagão energético. Imediatamente a escuridão, elevadores não funcionando, única opção são as escadas escuras com iluminação com baterias que irão terminar em 8 horas, em 12 horas sem o funcionamento das bombas, a falta d’água nos apartamentos, sem wifi e sem internet, em 12 horas sem baterias nos celulares e sem a possibilidade de carregá-los, serviços online todos parados, bancos inoperantes, pagamentos online suspensos, como comprar o básico sem papel moeda.

Em menos de 48 horas as centrais telefônicas operando com grupo gerador, que irão precisar de combustíveis para continuar funcionando, sistemas de refrigeração entrando em colapso nos supermercados, alimentos perecíveis em situação crítica.

Em 72 horas todos os sistemas de geração de energia foram alugados e a demanda não consegue ser atendida. Comercio sem suporte de energia já fechou as portas.

Em 96 horas podemos pensar no caos estabelecido, teremos força policial suficiente para controlar a multidão buscando alimento e água para sobreviver?

A realidade é que não podemos voltar para o passado, voltar a viver no campo como nossos antepassados, podemos voltar a acender lampiões e velas, mas não temos mais capacidade para gerar alimentos em quantidade suficiente para as populações das grandes cidades, sem a tecnologia movida a energia elétrica.

Quando ligamos a lâmpada de nossa sala ou do nosso quarto, devemos lembrar como somos dependentes da energia elétrica, a água do nosso banho precisou de energia elétrica para chegar no nosso chuveiro, nosso alimento precisa de água para ser cozido, nossa roupa precisa de água e energia elétrica para ser lavada. Nosso computador e celular não servem para nada sem energia elétrica. Nosso trabalho online acabou. Na realidade todo trabalho intelectual que dependa de energia elétrica ficou inoperante.

Nossa sociedade organizada atual, não tem um plano alternativo para viver sem energia elétrica, as iniciativas da utilização de energia solar individual ainda estão muito aquém das necessidades reais em termos de potência instalada e não conseguem suprir toda a demanda individual.

Ainda somos totalmente dependentes dos sistemas públicos de distribuição de energia elétrica, uma catástrofe semelhante à ocorrida em São Paulo no dia 4 de novembro de 2023, poderá ter consequências drásticas se os sistemas de energia elétrica não retornarem em poucos dias, desta forma precisamos urgentemente pensar em sistemas alternativos.

Obrigado se você chegou até aqui, deixe seu comentário ou sugestões que terei muito prazer em ler e responder e no próximo artigo vou falar de sistemas alternativos de geração de energia elétrica, que podem amenizar os transtornos causados por apagões no sistema público de energia elétrica.

Grande Abraço e até um próximo artigo.

Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2024.

Tecnologia com Cabreira

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