As Telecomunicações no Brasil

 

Uma viagem no tempo em quatro estações, do século XIX ao século XXI


No princípio tímida, depois avassaladora, as telecomunicações vêm mudando a face do planeta, eliminando distancias, conectando uma rede mundial de telefones, computadores e smartphones, através de satélites e fibras ópticas nos trazendo os grandes acontecimentos mundiais em tempo real, isto é, no próprio instante que ocorrem.

As telecomunicações, a rigor tem menos de 180 anos, para ser exato 178 anos que nasceu com a invenção do telegrafo por Samuel Morse, em 1844, evoluiu com o telefone de Graham Bell em 1876 e o rádio de Marconi em 1895, para então iniciar uma escalada impressionante até nossos dias.

Não só retratar uma história, este artigo visa transmitir a cada leitor um pouco da paixão que as telecomunicações me inspiraram e têm acompanhado meu dia a dia, ao longo destes mais de 45 anos vividos neste campo no Brasil e um pouco no mundo. Minha intensão é despertar o interesse do leitor pelo tema sem ter a pretensão de ser uma completa história das telecomunicações.

Uma das marcas do século XXI é a velocidade. Mais do que em qualquer outra época da história da humanidade, o século XXI comprova o poder de transformação das telecomunicações em âmbito global. A economia, as finanças, o comercio e a política não podem existir no mundo de hoje sem o apoio de uma boa infraestrutura de telecomunicações. Mais ainda, funcionando como alavancas da aceleração da história, o telefone, a comunicação de dados, o celular, os satélites, as redes de fibras ópticas, a internet e toda a infraestrutura mundial de telecomunicações fundem-se num processo contínuo de convergência tecnológica.

Viajando no tempo a primeira estação é a visita de Dom Pedro II à Exposição do Primeiro Centenário da Independência dos Estados Unidos na Filadélfia em junho de 1876, quando encontra e dialoga publicamente com Alexander Grahm Bell ao telefone, do qual já era admirador devido ao trabalho de Grahm Bell com os surdos mudos. Desta forma a presença de Dom Pedro II empresta credibilidade ao invento, no ano seguinte o Brasil tem os primeiros telefones instalados fora dos Estados Unidos.

A segunda estação focaliza, já na República, o esforço de modernização iniciado em 1962 com o Código Brasileiro de Telecomunicações e a criação da Embratel, do Ministério das Comunicações e da Telebrás. Neste ano, o Brasil possuía 1 milhão de telefones e uma população de 70 milhões de habitantes, embora houvesse 900 concessionarias de serviços telefônicos operando no país. Este período vai terminar em 1995, com a emenda constitucional que quebra do monopólio estatal de telecomunicações.

A terceira estação começa em 1998 com a privatização do sistema de telecomunicações e a implantação de um novo modelo baseado na competição, que culminou em profundas transformações no setor marcados pela globalização, pela revolução tecnológica e pela liberalização. Quando privatizado o sistema Telebrás tinha 20 milhões de telefones fixos e 6 milhões de celulares para uma população de 167 milhões de habitantes.

 

A quarta estação inicia com a mudança de paradigma na forma de comunicação com a criação dos smarphones em 2007, pela Apple. Embora o conceito de combinar a computação com o telefone celular fosse conhecido desde 1992, quando os primeiros telefones PDA e Palm foram fabricados, foi somente com a introdução do acelerômetro e telas sensíveis ao toque que um novo conceito de telefone inteligente se tornaria popular e transformaria toda a indústria de telefones celulares.

Em 2007 o Brasil tinha 190 milhões de habitantes com 102 milhões de celulares ativos e 40 milhões de telefones fixos. Hoje enquanto escrevo este artigo o Brasil tem uma população estimada de 215 milhões de habitantes e 242 milhões de celulares, sendo os telefones fixos menos de 27 milhões de linhas.

Com o tempo, o telefone fixo que reinou mais de um século, certamente deixará de existir na forma que ainda conhecemos na atualidade, cada dia mais integrado aos sistemas digitais de internet e aparelhos multimidia e smartTVs, o telefone fixo estará para sempre integrado as redes em fibras ópticas e redes móveis 5G e no futuro no 6G. 

Terminando este artigo por aqui espero ter compartilhado informações relevantes e agradeço a sua atenção, espero seus comentários e estou a sua disposição para interagir por aqui. Grande abraço e até breve.  

Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2022.  


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

5G - Uma mudança de paradigma nas comunicações - Parte 1

A Tecnologia das Ferrovias – Parte 3 – As Locomotivas a Diesel

Descomplicando a Logica Digital - A álgebra booleana